Sou informada que uma demonstração convocada pelo facebook iria ter lugar na sexta-feira apos a reza e que seria melhor reservar um hotel longe do Cairo.
Telefono de imediato para os meus amigos, managers e à minha querida amiga que estava no Cairo de ferias a avisá-la para não sair de casa.
Ás 10 da noite a Internet é cortada, comunicam-me que os telemoveis também irão ser cortados e que seria melhor ligar para a minha família em Portugal para avisá-los.
De súbito uma sensação de insegurança que nunca tinha sentido no Egipto começa a tomar forma, talvez medo do desconhecido, do que poderia acontecer.
Ao fim da noite o motorista leva-me a casa e sinto uma certa tensão no ar, algo histórico estava para acontecer.
Sabia que os Egípcios só desejavam uma coisa (Horeya-Liberdade) e que o preço a pagar pela desejada liberdade seria alto.
Chego a casa e o meu marido abraça-me numa tentativa de me acalmar, não conseguia adormecer, tinha um nó na garganta, um peso no peito fora do normal. Mal sabia eu do que estava para vir.