28 Janeiro 2011

Acordo cedo para me encontrar com os meus amigos num condominio privado(so iriamos para o hotel caso fosse necessario), desco a escadas do meu predio com um no no estomago.A tensao esta no ar o Cairo ja nao e o mesmo, somente a chamada para a Oracao quebra o silencio que me rodeia.
Tento fazer uma chamada sem sucesso, ja era tarde demais ,a rede tinha sido cortada a esta altura o motorista sai como um louco do carro a dizer que tinha-mos que nos apressar. Entro no carro e olho pela janela com uma nostalgia profunda sem saber explicar o que ia na minha mente e coracao.
Ja no condominio enquanto tento ler um pouco, Karim entra e liga a Televisao principal onde assistimos a batalha campal que se comeca a desenrolar em Tahir ( Jactos de aguas, bastonadas, balas de borracha, gas lacrimogenio)e ao mesmo tempo admiro a coragem dos Egipcios .
A Policia acaba por desaparecer das ruas e o exercito desce com os seus tanques, as minhas amigas comecam a entrar em panico porque nao conseguem falar com os irmaos que tambem foram para a revolucao. Abracamo-nos e tentamos acalmar-nos umas as outras, nao ha nada a fazer senao esperar.
O recolher obrigatorio e instalado, ninguem pode sair do condominio estamos todos presos ate as 8 da manha do proximo dia, nao sabemos nada das nossas familias, nao sabemos o que mais vai acontecer, mais uma vez esperamos, assistimos ao primeiro discurso de Mubarak. O chao da mesquita acaba por ser o nosso local de descanso que parece infinito.